13 de dezembro de 2009

Post Nobel da Paz



Foto de Chris Anthony
Nota: click na fotografia para ampliar

Antes de ter ganho o Prémio Nobel da Paz, Obama já tinha ganho o Prémio Nobel da Esperança. Atribuído pela Academia do Mundo que sonha.

Obama, pela sua história de vida, pelo antecessor desastroso, pelo discurso cativante, trouxe há um ano uma corrente de ventania fresca a um mundo e a um país deprimido com uma crise financeira hermética que se tornou bem real quando os gigantes caíram com estrondo. A ventania foi esperança para quem nos EUA está afastado de um estilo de vida “médio” por não ter acesso a um sistema de cuidados de saúde and so on and so on.

Mas é preciso concretizar a esperança. Não basta ser uma estrela pop da política para merecer uma distinção que temos em tão boa conta, com antecessores tão meritórios.

Quando se soube que ele tinha ganho o Nobel houve quem fizesse a análise da seguinte forma “ah…ele agora ganhou o prémio Nobel da Paz…é positivo pois assim não vai ter legitimidade para fazer guerras”. Compreendo o argumento mas não posso deixar de achar que parte de pressupostos errados. É como se o prémio Nobel da Literatura o ganhasse porque assim não vai escrever um livro mau a seguir. Certo?

O prémio foi entregue, a cerimónia foi solene. O melhor de tudo foi poder ver a Esperanza Spalding a tocar ao vivo. Parece que no discurso de agradecimento, Obama mencionou por 44 vezes a palavra “guerra”. Temo agora que este Nobel possa funcionar ao contrário, como uma tremenda e terrível “carta branca” á guerra “útil, justa e positiva”.

1 comentário:

  1. Tudo muito certo, sim. Eu, que até nutria alguma simpatia pelo senhor, vejo este Nobel quase como uma ofensa a todos aqueles que o antecederam.
    Enfim... pensava eu que as distinções se faziam no fim das "obras" concretizadas. Afinal, talvez se façam na ausência das mesmas. Humpf...

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